Corria pelo campo, tal qual Alice atrás do coelho. Fugia da responsabilidade, fugia da razão. Não queria sentir a dor de saber que amanha vai ser um novo dia, e que esse novo dia vai ser um mesmo… Um mesmo dia, como os outros dias. Queria que todos os dias fossem diferentes como os dias de antigamente. Dias em que era princesa, no seguinte era guerreira, no seguinte fada, no seguinte duende, no seguinte era aniversário da amiga, no outro era o funeral da flor, o baptizado da lagarta, o nascimento do pássaro…
Correu até cansar, chamou pelos seus amigos, mas nenhum ali estava. Todos tinham ficado para trás. O coelho, a flor e a lagarta também não apareceram. Chorou…
De volta a casa, no seu quarto, estudou as lições da escola, preparou a mochila para o dia seguinte e foi para a cama. Estava exausta. Tinha que descansar, afinal, uma nova e longa jornada vinha por ai, e ela tinha que estar pronta para a enfrentar sozinha.
John V.
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